Também
conhecida como “Geração da Internet”, a geração Y é representada por jovens
nascidos após 1980. Estes, atualmente no auge de seus 20-30 anos, são pessoas
engajadas com causas ambientais e sociais, extremamente ligadas à
tecnologia e adeptas das novas mídias. Aprenderam, desde muito cedo, a conviver
com a rapidez da internet e a selecionar e utilizar o melhor das diferentes
plataformas da rede. Dinâmicos, “antenados” e inquietos, com aversão a
ambientes monótonos: esse é o perfil desses jovens pró-ativos.
No
contexto profissional, os jovens da geração Y estão em constante busca por
conhecimentos técnicos e capacitação profissional. Almejam novidades e não
hesitam em fazer mudanças, tomar decisões e enfrentar desafios. Constantemente
ingressam em projetos e em múltiplas e diferentes atividades, para otimizar o
tempo e se desenvolver rapidamente. Por isso, esses jovens são também
reconhecidos como multi-task (multitarefa). Vivem em
um ritmo acelerado, privilegiam o resultado e, por vezes, não consideram o
caminho que deverá ser percorrido para atingi-lo.
Outra
característica diferencial decorre do fato de os indivíduos da geração Y terem
nascido na era “tecno-informacional”, o que os torna “nativos digitais”. Isso
tem impacto em seu comportamento: os jovens dessa geração são muito mais
abertos, por exemplo, às mudanças e à discussão/ incorporação de novas
informações, de novas tecnologias e de diferentes plataformas sociais.
Por
todas essas características e por estarem cada vez mais presentes no mercado de
trabalho, estudos sobre a geração Y e sua relação com as demais gerações vêm
ocupando posição de destaque nas discussões sociológicas. O que se verifica
ainda é o reforço de estereótipos, por se fazer comparações com gerações
anteriores, como se essas sempre tendessem a ser melhores do que as novas
gerações. Disseminam-se, então, afirmações de que esses jovens são ambiciosos,
exigentes, críticos e ávidos por obter posições de liderança o mais cedo
possível. É frequente também o estigma de que os jovens da geração Y buscam
qualidade de vida acima de tudo e que não têm lealdade pelas empresas onde
trabalham e nem o comprometimento necessário para assumir cargos de liderança
(ainda que cerca de 30% dos cargos de chefia no país já sejam ocupados por
representantes dessa geração).
A
REALIDADE SOBRE AS DIFERENTES GERAÇÕES
É
preciso cuidado para não confundir “rótulos” atribuídos à geração Y com a
realidade. Analisando criteriosamente as principais características, pode-se
perceber que não existem diferenças tão drásticas assim entre os profissionais Baby Boomers e os da geração Y. Os Baby Boomers, indivíduos nascidos entre 1945 e
1956, são muito trabalhadores, preocupam-se mais com a qualidade do que com a
quantidade de trabalho, são firmes e maduros em suas decisões.
Diversas
pesquisas conduzidas por institutos e associações de credibilidade
internacional mostraram que, independentemente da
idade, os profissionais desejam trabalhar com um líder em quem possam confiar.
As gerações, portanto, querem e valorizam aspectos parecidos. A divergência
acontece quando se trata de prioridades, expectativas e comportamentos, que
variam consideravelmente de geração para geração. Por exemplo: respeito é algo
que todo profissional almeja, mas as pessoas demonstram o respeito de
formas diferentes: para indivíduo da geração X, não bater antes de entrar na
porta é falta de respeito; já para a geração Y não é, só é um reflexo da forma
que aprenderam a se relacionar com pessoas mais velhas: de igual para igual,
sem formalidades, mas isso não muda o fato de que as respeitam.
COMO
LIDAR COM A GERAÇÃO Y?
Ainda
que existam algumas similaridades, é inegável que a convivência entre
indivíduos das diferentes gerações pode ser muito conflituosa se os indivíduos
não souberem lidar com o outro. Isso é verificável em contextos familiares
(pais e filhos, por exemplo) e, especialmente, no ambiente profissional.
Como
um dos grandes desafios atuais é lidar com essa nova geração que está se
inserindo e se consolidando no mercado de trabalho, seguem algumas dicas
para melhor conviver com os profissionais da geração Y e manter o equilíbrio do
ambiente organizacional:
1) Ser transparente: A geração Y é bem
informada, o que requer que as decisões ou solicitações sejam claras e bem
embasadas, para evitar questionamentos e para que haja um engajamento mais
ativo nas tarefas.
2) Ser dinâmico: Acostumados com o ritmo
das novas tecnologias, os jovens dessa geração podem não compreender por que
algo – relativamente simples – requer tanto tempo para ser feito ou decidido.
Eles também ambicionam uma rápida ascensão profissional. Por isso, é preciso
demonstrar que existem processos estabilizados em uma empresa, que devem ser
seguidos; que nem sempre pressa é sinônimo de eficiência e que a ascensão
profissional requer dedicação, comprometimento e paciência.
3) Compreender seu
universo particular: A geração Y não é workaholic. Para os indivíduos
dessa geração, cultivar o universo privado é de extrema importância e não deve
ser superado pelo trabalho. O trabalho deve se encaixar no projeto de vida
deles – e não o contrário. Mas é importante deixar claro que o trabalho é o
meio pelo qual um indivíduo pode ter condições financeiras para realizar
grandes projetos pessoais e, por isso, não pode estar em segundo plano.
4) Dar feedback: Os jovens da geração Y
são abertos a receber feedback. Para eles, conhecer
diferentes aspectos de seu trabalho é positivo, pois impulsiona a busca pela
superação. Assim, é preciso constantemente informar o que o jovem profissional
vem fazendo de adequado e o que pode ser aprimorado/ melhor desenvolvido.
5) Quebrar preconceitos: Muitas vezes, as
pessoas julgam sem antes observar as habilidades e o potencial do outro. Não se
deve, portanto, julgar previamente que todo jovem profissional se comporta da
mesma forma ou de antemão encaixá-lo nos rótulos atribuídos à geração Y.
Para
que qualquer empresa cresça de maneira próspera, é preciso que seus
profissionais aprendam a lidar com as diferenças: os mais jovens imprimem
dinamismo, habilidades tecnológicas, a conexão; os mais experientes colaboram
com o conhecimento mais profundo da empresa, negócios, estratégias, entre
muitas trocas que ocorrem no ambiente corporativo. Dessa forma, as diferenças
entre gerações podem ser muito produtivas, desde que os profissionais abandonem
estereótipos e estejam abertos para lidar com o outro e com as diferenças.
Assim, pode-se extrair o melhor de cada indivíduo e aprimorar o ambiente de
trabalho.
Lucymara
Alves de Andrade, Rosângela Curvo Leite e Vivian Cristina Rio.